A Licença Desportiva é o documento oficial que identifica o seu titular como praticante de campismo e montanhismo. Inspirado no Carnet Camping International (1934) da Federação internacional de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo (FICC), foi constituído em 1945 logo após a fundação da FCMP, com a designação de ‘Carta Campista’. Os seus princípios fundadores orientaram-se por segurar as atividades com apólice para acidentes pessoais durante a sua prática e beneficiar os utilizadores com preços vantajosos nos parques federativos e associativos. Este documento pode ser requerido através de uma associada (clube, grupo desportivo, sindicato, associação, etc.) filiada na FCMP com validade até 31 de dezembro seguinte e renovada por períodos anuais.
Atualmente, este documento traz consigo mais vantagens, tais como:
Subscrição de seguros desportivos;
Subscrição de seguros de equipamentos de campismo;
Acesso às Estruturas Artificiais de Escalada tecnicamente enquadradas pela FCMP;
Descontos de inscrição em cursos ou ações de formação, promovidos pelo Centro de Formação;
Acampar nos parques associativos;
Subscrição da Carta Campista Internacional (CCI);
Participação nas atividades associativas promovidas pela FCMP e suas filiadas;
Descontos em produtos e serviços de entidades parceiras;
O universo dos praticantes define geralmente a dimensão de uma federação desportiva, designadamente quanto à sua robustez por via do número de Licenças Desportivas e o que isso financeiramente representa. Este é seguramente um dos principais pilares que sustenta a FCMP. Poderão ser adotadas outras estratégias, tais como estabelecer parcerias ou desenvolver outras áreas de negócio, mas neste contexto, o crescimento da federação está também correlacionado com o aumento do número de praticantes das várias modalidades.
A realidade associativa do século XX alterou-se profundamente, sobretudo, comparando com o momento da fundação. Atualmente, a digitalização e diversidade de oferta de produtos, serviços e destinos exigem organizações mais resilientes e competitivas. É inequívoco que este paradigma se agrava ainda mais com a degradação do associativismo e com a diminuição do interesse em projetos coletivos. Ainda assim, analiticamente, a relação de forças sugere a seguinte estratégia:
Qualificação das vantagens existentes;
Expandir os serviços, vantagens e facilities;
Potenciar as vendas através de ações de promoção criativas de marketing digital
A transição digital dos serviços FCMP já haviam sido dealbados através do ‘Portal do Clube’ e ‘Portal do Praticante’, atualmente em processo de requalificação. De igual modo, tal como acontece em outras áreas, o próprio documento físico tem os dias contados. Mais do que uma mera transição para a desmaterialização, esta deve ser uma oportunidade para capacitar a LD de mais valências dedicadas à vida associativa e à prática da atividade turística e desportiva em natureza. Quem acampa deverá querer “mesmo” possuir uma Licença Desportiva que lhe dê vantagens e utilidades. Esta dinamização ou regeneração exigirá da parte de todos os intervenientes (dirigente, filiadas, praticantes e técnicos) reflexão e compromisso.