Primeira experiência em autocaravana

A prática do autocaravanismo tem crescido significativamente nos últimos anos na Europa. De acordo com os resultados da comercialização e aluguer de autocaravanas, algumas empresas têm registado aumentos anuais na ordem de 40% o que consolida uma das tendências internacionais: a procura de experiências de proximidade e autenticidade, com envolvência da natureza, mas com possibilidade de aquisição de valores culturais e históricos. Este segmento turístico não se resume apenas a uma forma de viajar em liberdade e à possibilidade de explorar novos destinos com mobilidade. Requer também a utilização da autocaravana, um veículo recreativo com inúmeras especificidades e desconhecidas para a generalidade do público.

Quem viajar em autocaravana, sobretudo na primeira utilização, deve procurar as regras aplicáveis aos territórios a visitar, com o objetivo de evitar locais de circulação, estacionamento e pernoita condicionada ou proibida. Já no momento anterior à utilização, é essencial identificar as características e equipamentos da autocaravana.

Atualmente as autocaravanas dispõem de um sistema de abastecimento de água, composto por um reservatório com capacidade média de 100 litros, destinada a lavatório, duche, autoclismo e lava-louça. Em geral, o nível da água indica a autonomia, (em média, 48 horas para um casal com um ou dois filhos) determinando o despejo e reabastecimento, em local destinado ao efeito. As águas residuais provenientes das sanitas químicas são coletadas em reservatório próprio, vulgarmente conhecido por “cassete”. No interior da casa de banho, a sanita (náutica) dispõem de um mostrador que indica o nível da cassete. As águas consumidas nos restantes equipamentos, designadas por águas cinzentas ou sabonetadas, são encaminhadas para um reservatório com capacidade idêntica ao da água “limpa”. Sempre que é atingida o limite, estas águas sabonetadas extravasam através de um tubo ladrão, descarregando livremente para o exterior.

O sistema de aquecimento de água é geralmente constituído por uma rede de distribuição de gás, butano ou propano, abastecido em botija de 6kg. Esta fonte energética destina-se também à placa do fogão, forno e frigorifico. Trata-se uma tipologia de botija específica, bem como o redutor, comercializados em apenas alguns postos de abastecimento. Para além de identificar o tipo de equipamento, recomenda-se a reserva de uma botija extra.

As autocaravanas beneficiam cada vez mais de equipamentos elétricos. O veículo é dotado de dois grupos de bateria, destinados ao veículo e ao habitáculo, ambos carregos em movimento. Em termos usuais, durante uma rota com estadas curtas, a autonomia da bateria é suficiente, dispensando o carregamento por ligação a tomada elétrica monofásica tipo CEE (com três pinos). No tanto, caso a tomada seja convencional (“schuko” com dois pinos) deve ser utilizado um adaptador, que deve constar no inventário habitual da autocaravana. Existem ainda autocaravanas que já dispõem de painéis fotovoltaicos, uteis sobretudo em estadas prolongadas.

Apesar do planeamento e da rota traçada, no dia a dia encontram-se restrições ou constrangimentos. É essencial articular as necessidades referidas anteriormente com os locais de passagem, procurando pernoitar, despejar e abastecer, nas instalações destinadas ao efeito. Nem sempre os locais de acolhimento estão georreferenciados, no entanto, está disponível um conjunto de plataformas ou redes sociais que permitem a partilha de informação e experiências. Ainda assim, recomenda-se a adoção de boas práticas como forma de proteção do ambiente, preservação da segurança:

Por estas e outras razões, não deixe de descobrir os locais mais impressionantes, em autocaravana.

João Valente.