A Seleção Nacional Jovem de Skyrunning marcou mais uma vez presença nos Campeonatos do Mundo de Skyrunning para Jovens, que já vão na oitava edição.
Jovens atletas de 28 países, com idades compreendidas entre os 15 e os 23 anos, divididos em quatro escalões, reuniram-se de 28 a 30 de junho, em Bar, cidade localizada no sul do Montenegro.
A Seleção foi constituída por 16 jovens (apenas 4 atletas femininas), oriundos do norte ao sul do país, incluindo um atleta dos Açores e três da Madeira, os quais participaram nas duas disciplinas do evento, o Km Vertical e a SkyRace. A soma das pontuações obtidas nestas duas competições dava-lhes a possibilidade de também se classificarem no Combinado.
Depois de uma longa viagem que passou pela Croácia, onde toda a comitiva se reuniu, esta chegou, no dia 27 de junho, mesmo na hora em que estavam a chamar a seleção portuguesa para a cerimónia de apresentação localizada no centro histórico de Bar. Como o alojamento era em Sutomore, a cerca de 11 Km, de Stari Bar, foi uma entrada em grande, pela precisão ao minuto e a surpresa causada.
Vertical
Os nossos jovens atletas começaram por participar no Vrsuta Vertical Km, competição de 5 Km e 1000 metros de extensão. Refira-se que o início das provas foi sempre dado pelas 7 horas, para evitar as temperaturas elevadas, sempre acima dos 30 graus.
O Km Vertical não é uma especialidade dos jovens portugueses. No entanto, o escalão dos mais novos (Youth A: 15-16 anos) foi o que conseguiu melhores resultados. Luísa Rodrigues alcançou um 8º lugar e Guilherme Martins, um 10º, respetivamente nos Iniciados femininos e masculinos. Outra 10ª posição foi conquistada por Victoria Bento, nas Youth B (17-18 anos).
Os melhores tempos dos portugueses no Km Vertical foram alcançados, como não podia deixar de ser, pelos Sub-23 (21 a 23 anos). Francisco Gonçalves, com 52m45s, foi o melhor, logo seguido de Miguel Silva e Luís Gomes. No entanto, o melhor Youth C (19-20 anos), Eugénio Medeiros, intrometeu-se entre os cronos dos sub-23, terminando o percurso em 55m35s.
Refira-se que o atleta Vítor Faria, depois de terminada a sua prova, se sentiu mal pela fraqueza e stress por fazer a prova com alguns pontos numa perna ferida na Madeira algum tempo antes da viagem. Só no dia seguinte, foi a um centro de saúde para os retirar. O dia seguinte foi de descanso antes das provas de SkyRace que tiveram lugar no dia 30 de junho.
SkyRace
Duas distâncias esperavam os atletas, tendo em conta o seu escalão. Os escalões Youth C e Under 23 iriam percorrer a Rumija SkyRace que, com 21 Km e 1600 metros de desnível positivo, incluía a ascensão ao cume do Rumija, a 1595 m de altitude.
A Rumija SkyTrail, de 12 Km e 800 metros D+, estava reservada para os mais jovens dos escalões Youth A e Youth B.
Nestas duas distâncias que decorreram ao mesmo tempo, de novo destacaram-se no top 10, os mais novos dos escalões A e B. Guilherme Martins foi o mais bem classificado (1h11m), mesmo apesar de uma queda e torção de tornozelo, que o fizeram atrasar-se. Valeu o apoio do companheiro de seleção e de escalão, Martim Fernandes, que o apoiou, finalizando a SkyTrail em 7º e 8º lugares.
No escalão Youth A femininos, Luísa Rodrigues, ficou na 9ª posição, enquanto a melhor dos Youth B foi, desta vez, a Mariana Prudêncio, em 8º lugar.
Os melhores tempos dos portugueses nos 12 Km estiveram “nos pés” dos Iniciados já referidos, mas poucos segundos à frente do nosso primeiro juvenil, o João Lamas.
Já nos 21 Km, escalões onde há mais participantes e maior concorrência, os melhores tempos ficaram no melhor Sub-23, Francisco Gonçalves (2h43m), logo seguido do júnior Eugénio Medeiros (a 2 minutos, 13º no seu escalão) e do sub-23 Luís Gomes (2h46m).
Combinado
Existe uma outra classificação que, somando os pontos obtidos por cada atleta no Vertical e na SkyRace, classifica os atletas para a atribuição de novas medalhas. No entanto, só se classificam se terminarem as duas competições. Por exemplo, a nossa única representante no escalão de Sub-23, a Ana Oliveira, desistiu na Skyrace por lesão. Para não a agravar, desistiu no cume do Rumija. Assim, já não se classificou na SkyRce, nem no Combinado. Os melhores classificados continuaram a ser os nossos atletas dos escalões mais jovens que ficaram no top 10, mercê das classificações parecidas que obtiveram em cada uma das competições. A Luísa, o Guilherme e o Martim, para além da Mariana e da Victoria no escalão Youth B foram os nossos melhores representantes em termos de lugares na tabela geral.
Equipas
Uma derradeira competição que também atribui medalhas é a classificação das equipas nacionais, para a qual contribuem os melhores três atletas de cada nacionalidade em cada escalão, sendo que um deles tem de ser de género diferente (masculino ou feminino). Como não tínhamos raparigas num dos escalões (Youth C), perdemos sempre uma terceira pontuação nesse escalão.
De qualquer forma, um sétimo lugar entre 28 equipas representadas nestes campeonatos, pode-se considerar muito bom. Subimos dois lugares em relação ao mundial de jovens do ano passado, ultrapassando os EUA e o Brasil, verificando-se uma coincidência no top 10 de países. Foram os mesmos em 2023 e este ano, com o primeiro a ser de novo a Espanha e o décimo a França.
Apesar das viagens longas e cansativas e do tempo ser muito contado, todos os atletas contribuíram de forma positiva para o sucesso desta participação. O ambiente entre todos foi sempre agradável e é sempre bom para todos verificar que as condições noutros países que ainda não fazem parte da EU, mas lá tentam chegar, como é o caso do Montenegro, serve de aprendizagem e que as facilidades que temos em Portugal e na Europa Ocidental levaram anos a adquirir.
Agradecer a disponibilidade de todos os jovens atletas que têm gosto em participar nestas competições. Agradecer aos seus clubes e progenitores que continuam a contribuir para a formação e evolução destes atletas. E, por último, agradecer em particular à Catarina Gonçalves, ao Licínio Sequeira e ao Miguel Gouveia, que se disponibilizaram a acompanhar a Seleção Jovem e muito contribuíram para o sucesso da viagem.