CARAVANISMO | RISCOS NATURAIS DE INVERNO EM PARQUES DE CAMPISMO

Riscos naturais de inverno em Parques de Campismo

 

Os parques de campismo e caravanismo são locais de lazer, onde os utilizadores podem disfrutar da natureza, fugindo à rotina urbana. A localização, geralmente em ambiente florestal ou rustico, a procura sobretudo em períodos de calor e a utilização de materiais e equipamentos para confeção de alimentos, conferem a estes empreendimentos maior propensão à ocorrência de incêndios. No entanto, atualmente existem inúmeros parques de campismo e caravanismo que permitem a permanência do material de campismo instalado por períodos prolongados, mesmo que desocupados. Nestas situações, a utilização não ocorre também no inverno, onde se destacam outros perigos naturais aos quais as entidades exploradoras devem estar precavidas com base numa gestão adequada de risco. A este propósito vale a pena revisitar alguns conceitos que a ciência convenciona.

De acordo com alguns autores, risco é a probabilidade de ocorrência de um acontecimento indesejável, ou seja, evento de consequências negativas originadas pela interação de perigo com áreas vulneráveis pessoas, património ou ambiente. O risco pode ser calculado, em função da probabilidade de ocorrência e da severidade (magnitude das suas consequências). Associado a este conceito definem-se outros como “perigo”, “prevenção”, “mitigação”, “preparação”, “vulnerabilidade” ou “desastre”, que serão tratados oportunamente, com maior rigor. De momento, importa referir que os riscos podem ser tipificados para fins de hierarquização para uma melhor gestão. Assim, neste âmbito, categorizam-se os riscos naturais, tecnológicos e mistos.

Habitualmente, os parques de campismo e caravanismo, atendendo à sua localização, estão sujeitos a determinados riscos naturais, com maior probabilidade de ocorrência no inverno, designadamente, inundações, cheias, movimentos de terras, desabamento e queda de blocos, cavidades subterrâneas, tempestade litoral, ventos fortes, vagas de frio, nevões, quedas de árvores, chuvas intensas, galgamentos costeiros, erosão costeira, entre outros.

De acordo com a European Federation of Campingsite Organisations and Holiday Park Associations (EFCO), devem ser projetadas cinco medidas destinadas à prevenção de risco em parques de campismo:

Segundo estudos, neste âmbito, as entidades gestoras nem sempre apresentam boas condições e grau de preparação nos seus parques de campismo, relativamente à prevenção e atuação para situações de perigo grave e iminente. Paralelamente, os utilizadores, têm demonstrado uma diminuta perceção de risco. Os entusiastas, que optam por praticar ou manter o seu material instalado ao longo do ano, estão sujeitos a condições meteorologicamente adversas. Face aos riscos referidas, devem ser estabelecidas medidas adicionais de regulação, prevenção e controlo, designadamente:

Segundo a EFCO é fundamental estabelecer um sistema de acompanhamento de incidentes, nos vários parques de campismo, registando qualquer ocorrência, verificando a aplicabilidade do plano de emergência traçado e revendo-o, se necessário. Tudo isto, sem prejuízo da comunicação entre entidades gestoras e utilizadores, no que se refere à capacidade de prevenção e atuação em cada circunstância.

 

Aos utilizadores, recomenda-se, assim, que com a chegada do inverno e com a ocorrência de fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais frequente, os praticantes de campismo com equipamento instalado por períodos prolongados verifiquem o estado de conservação e capacidade resistente a intempéries, bem como as condições da apólice do seguro de material em vigor.

 

Coordenação Técnica, Campismo

João Valente