Sobre a modalidade
Tão antiga que muitos quase a esqueceram, a arte de andar volta a estar na moda. O pedestrianismo, a marcha de montanha ou, a mais recente, marcha nórdica (nordic walking), as possibilidades são diversas e certamente estimulantes.
O pedestrianismo ou caminhada (como por vezes também é chamado) pode ser definido como o desporto de andar a pé geralmente na natureza e em caminhos tradicionais, mas também em meios urbanos.
Na verdade, o pedestrianismo trata-se duma actividade multifacetada ligada às áreas do desporto, do turismo e do ambiente. A prática de pedestrianismo pode ser feita em percursos pedestres não sinalizados no terreno ou em itinerários balizados: Grandes Rotas (GR®), Pequenas Rotas (PR®) ou Percursos Locais.
O pedestrianismo é, pois, a actividade desportiva, turística e ambiental que consiste em percorrer percursos a pé ao longo de caminhos e trilhos, preferencialmente tradicionais ou históricos, na natureza ou em meio urbano. Ao contrário de outras actividades de ar livre, a prática de pedestrianismo não envolve grandes dificuldades técnicas.
Trata-se, em geral, de uma actividade simultaneamente relaxante e agradável. Daí que possa ser praticada “dos 8 aos 80” anos de idade, em família ou entre amigos.
Para o pedestrianista, a aventura não se encontra no desafio ou ultrapassagem de dificuldades, mas no simples desfrutar de um trajecto a pé.
Trajecto que poderá ser feito “à porta de casa” ou num país distante. As possibilidades e os objectivos serão tantos quantos os praticantes. Não gostar de acampar e muito menos de bivacar não constitui desculpa para não andar.
A caminhada em terreno irregular é um excelente exercício físico, ao alcance de qualquer um. Os percursos pedestres conduzem a paragens de grande beleza, ruínas de remotos tempos, outros costumes e tradições…
O que, de início, são simples passeios poderão tornar-se verdadeiros percursos pedestres. A diferença centrar-se-á nos quilómetros efectuados e nos desníveis vencidos durante a jornada. No final do dia, os refúgios, casas-abrigo, albergarias ou casas de turismo rural possibilitarão um merecido repouso. Os percursos podem ser recreativos ou de lazer, com mais ou menos carácter exploratório e/ou de aventura. O simples prazer de andar por andar, chegar ao topo de uma determinada elevação ou empreender um percurso pelo seu traçado pitoresco, são alguns exemplos. No entanto, o acto de percorrer uma região a pé presta-se particularmente ao contacto directo com inúmeras particularidades da mesma. Os percursos interpretativos ou culturais permitem a observação privilegiada do meio. A geologia e a geomorfologia, a fauna e a flora, a história e a arqueologia ou a arquitectura e o artesanato, as possibilidades são inúmeras. O pedestrianismo pratica-se geralmente em caminhos tradicionais ou antigos, tais como os caminhos medievais ou as estradas romanas, e não só pode como deve contribuir para a sua preservação. Os caminhos de pé-posto constituem geralmente a melhor opção para empreender um percurso. A maior parte dos trilhos foram abertos por gente do campo, conhecedora da região e das particularidades do terreno. Os caminhos atravessam ravinas, rodeiam densos matagais, vencem empinadas vertentes em suaves ziguezagues,… Permitem, muitas vezes, poupar tempo e esforços, são ecológicos e culturais.
Os percursos, por muito longos que sejam, na Europa não são designados por “trekkings”. A diferença substancial consiste em estar noutro continente. Muitas vezes, numa viagem organizada, com transportadores e cozinheiro. Actualmente é possível participar num trekk nos Himalaias ou nos Andes. Percursos de vários dias com o objectivo de atingir o campo base do Everest ou fazer o Circuito dos Anapurnas, atingir Machu Picchu ou Punta Union. Em África são por vezes designados “safaris” e incluem, por exemplo, a ascensão do Kilimanjaro (5895 m). Um percurso de cinco dias até ao topo do continente africano. Nos Himalaias, um considerável número de elevações são consideradas treekking peaks não sendo preciso visto para as ascender.